O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, entregou neste domingo(04) à presidente Dilma Rousseff seu pedido de demissão. Ele se antecipou, desta forma, à decisão da presidente, que convocou para esta segunda-feira reunião da coordenação política para tratar especificamente do caso. Na sexta-feira, em Caracas, Dilma já dera a indicação de que bateria o martelo sobre o futuro de Lupi nesta segunda. Afirmou ainda que tomava decisões objetivas e que não era nada romântica, em alusão ao fato de Lupi ter dito declarado “Dilma, eu te amo” em audiência no Congresso Nacional. Lupi é o sexto ministro a cair envolvido em escândalos de corrupção no mandato da presidente Dilma Rousseff.
A cronologia da crise começa no dia 5 de novembro. Reportagem do GLOBO revelou que a CGU constatou indícios de desvios de dinheiro em convênios do Ministério do Trabalho com pelo menos 26 ONGs. A revista “Veja” denunciou também que o coordenador de qualificação do Ministério do Trabalho, Anderson Alexandre dos Santos, participava de suposto esquema de cobrança de propina de ONGs. No mesmo dia, Carlos Lupi afastou Santos – que é filiado ao PDT do Rio, mesmo partido do ministro. No dia 8 de novembro, Lupi e o comando do PDT desafiaram a presidente Dilma Rousseff e avisaram que, em caso de demissão, o partido deixaria o governo. Numa entrevista após reunião da executiva do partido, o ministro diz: “Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à bala”.
No início de novembro, quando as denúncias envolvendo Lupi começaram a ganhar manchetes de jornal, o ministro veio a público desafiar a presidente, afirmando que duvidava que ela o demitisse. Depois, ao ser advertido pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, de que havia extrapolado o tom, ele tentou retratar-se e pediu desculpas, declarando que amava a presidente.
Lupi vai à Câmara apresentar explicações, mas mente sobre a carona em um jatinho. Na sexta-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República aprovou recomendação para que a presidente Dilma demitisse o ministro do Trabalho. Dilma pediu, logo em seguida, explicações sobre à comissão.
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