
Agência Brasil – Quando iniciaram as primeiras investigações da Operação Lava-Jato, os integrantes da Polícia Federal de Curitiba nem sequer imaginavam que se deparavam com o maior esquema de corrupção da história brasileira. Nos anos seguintes, órgãos públicos que atuam no combate à corrupção precisaram mudar estratégias, unificar equipes e formar uma gigantesca força-tarefa para combater o crime organizado que se instalou de uma maneira nunca antes imaginada na República. Em sua 45ª fase, a Lava-Jato chegou aos três poderes, se tornou assunto nacional e envolveu a ficção e a realidade em um roteiro que supera a criatividade dos cineastas de Hollywood.
Apesar das primeiras suspeitas de corrupção, que envolveram uma rede de postos de combustíveis e de lava a jato de veículos, no Paraná, terem começado em 2009, o primeiro desdobramento só ocorreu em 2014. Naquele ano, os investigadores descobriram quatro organizações criminosas, lideradas por doleiros. A partir desses casos, descobriu-se uma rede gigantesca, envolvendo políticos, agentes públicos e empresários, que trabalhavam dia e noite para fraudar contratos, desviar e lavar dinheiro na Petrobras, gigante nacional do setor de petróleo.
A operação foi responsável por popularizar no Brasil o recurso da delação premiada. Por meio dessa ferramenta, a Justiça pôde fazer com que pessoas envolvidas denunciassem o esquema, apresentassem provas e ajudassem as autoridades a desmontar a estrutura criminosa. Os acordos de colaboração do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff foram fundamentais para o sucesso da operação.
Em troca, os delatores conseguem benefícios, como a redução de pena e medidas alternativas à prisão. O ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira destaca que a dimensão da operação revelou o quão grande era — e ainda é — a corrupção no Brasil. “A Lava-Jato é um acontecimento capaz de destampar a panela da corrupção no Brasil. Revelou ao país uma classe política defeituosa que propicia a corrupção. Desvendou uma classe empresarial que tem coragem de violar a lei de forma grave e não tem o menor pudor de confessar crimes contra a administração pública”, destaca.
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