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No depoimento que durou aproximadamente 5h nesta
segunda-feira (9), o ex-deputado e ex-ministro Henrique Alves negou à Justiça
Federal todas as acusações contra ele na Operação Manus. “Acredito que o
Ministério Público não agiu por má-fé, e sim por desinformação. Em toda minha
vida pública, nunca pratiquei esses atos que constam na denúncia”, declarou.
A Operação Manus tem como réus, além de
Henrique Alves, o ex-deputado Eduardo Cunha, José Adelmário Pinheiro Filho,
Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Carlos Frederico Queiroz Batista da
Silva e o publicitário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara.
A ação foi deflagrada em junho de 2017, e
investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção da
Arena das Dunas, em Natal. Segundo a Polícia Federal, a Manus foi um
desdobramento da operação Lava Jato. Os depoimentos das testemunhas
começaram em janeiro.
Durante a oitiva, o juiz federal Francisco
Eduardo Guimarães questionou a Henrique Alves se ele e Eduardo Cunha teriam
recebido em 2012, da OAS, R$ 700 mil em doações, para que os parlamentares
atuassem em favor da empresa na aprovação da Lei Complementar 283/2013, que
trata da privatização dos Aeroportos do Galeão (RJ) e Cofins (MG).
Em resposta, Alves alegou que não cabia a
ele, enquanto presidente da Câmara Federal que era à época, negociar emendas.
“Na época eu era presidente da Câmara. Não cabe a mim nessa função negociar
emendas nem andamento dos projetos, apenas colocá-los em pauta. E assim os fiz,
me reunindo com os líderes todas as terças-feiras, sempre de forma
transparente. Na época eu chegava a receber 25, 30 pessoas por dia em meu
gabinete ou em reuniões. O senhor (juiz) imagine a quantidade de pautas e
demandas”, afirmou. “O presidente da Câmara não vota (nos projetos), não atuou
para favorecer a aprovação da Lei Complementar”, argumentou o ex-ministro.
Caixa 2 em
2014
Durante o seu depoimento, Henrique Alves
admitiu ter recebido dinheiro para a campanha eleitoral de 2014 através de
caixa 2, enviado pela empreiteira Odebrecht. “A empresa teria chegado ao limite
legal (o teto). As doações podem sim ter vindo de fontes não oficiais. Mas é
incrível que em nosso país, haja a criminalização da política. A generalização
é ruim”, disse.
A empresa doou R$ 2 milhões. A denúncia
diz que, em troca do dinheiro, o ex-ministro, que na ocasião tentava ser
governador do Estado, teria prometido a privatização da Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Quanto a isso, Henrique Alves também
disse que a acusação não procede.
“Minha campanha reuniu 17 partidos.
Discutimos sobre PPP's (Parcerias Público-Privadas), mas entendemos as
contribuições das empresas como importantes, inclusive a da Odebrecht. Não
exibimos qualquer contrapartida, não foi realizada nem pleiteada. Também não
cheguei a oferecer nada”, alegou.
De todo modo, o juiz Francisco Eduardo
Guimarães lembrou que, apesar da possibilidade levantada pelo próprio réu de
caixa 2, este é um crime eleitoral, que não consta na denúncia da Operação
Manus e, portanto, não seria levado em consideração no depoimento.
Os depoimentos serão retomados na
sexta-feira (13), quando a última pessoa envolvida no processo vai depor à
Justiça Federal, o ex-deputado federal Eduardo Cunha, que falará por
videoconferência.
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Manus
A operação Manus, que foi deflagrada em
junho de 2017, investiga corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na
construção da Arena das Dunas, em Natal. Segundo a PF, a Manus foi um
desdobramento da operação Lava Jato.
Na ocasião em que foi deflagrada a ação,
foi preso
o ex-ministro Henrique Alves e um novo mandado de prisão
foi cumprido contra o ex-deputado Eduardo Cunha. Ambos são do PMDB e foram
presidentes da Câmara dos Deputados. Alves foi ministro do Turismo nos governos
Dilma Rousseff e Michel Temer. Atualmente ele cumpre prisão domiciliar pelas
acusações da Operação Manus.
Durante a análise do material apreendido
na Manus foram identificadas evidências quanto à atuação de outras pessoas
pertencentes à organização criminosa, que continuou praticando lavagem de
dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo. De acordo com os
investigadores, foi identificado também um esquema criminoso que fraudava
licitações em diversos municípios do estado visando obter contratos públicos
que, somados, alcançam cerca de R$ 5,5 milhões, para alimentar a campanha ao
governo do estado de 2014.
G1 RN
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